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Portugal adiado

Portugal já teve Governos cujo objetivo era salvar a carreira política do Primeiro-Ministro (António Costa), o que, aliás, foi conseguido com bastante sucesso, havendo agora outra originalidade que é a coligação com o CDS que, à data das últimas eleições legislativas, não tinha representação parlamentar e estava em vias de extinção. Veremos se também obterá sucesso o objetivo de ressuscitar politicamente o CDS.

Oito meses após o início de funções do atual Governo, liderado por Luís Montenegro, continua a não haver sinais de se estarem a iniciar as reformas estruturais que foram anunciadas no programa eleitoral da AD. O tempo passa com decisões avulsas e casuísticas e a transformação de Portugal vai sendo adiada.

Nunca é demais recordar que o PSD optou por governar Portugal com o CDS, que atualmente não tem peso eleitoral significativo, nada tendo para oferecer ao país, a não ser um pomposo Ministro da Defesa (Nuno Melo) que, para além das inoportunas gaffes, tem a única intenção de adiar a morte política do seu próprio partido. É o que temos.

Portugal já teve Governos cujo objetivo era salvar a carreira política do Primeiro-Ministro (António Costa), o que, aliás, foi conseguido com bastante sucesso, havendo agora outra originalidade que é a coligação com o CDS que, à data das últimas eleições legislativas, não tinha representação parlamentar e estava em vias de extinção. Veremos se também obterá sucesso o objetivo de ressuscitar politicamente o CDS.

Os governos não devem estar condicionados a objetivos espúrios, mas sim subordinados aos supremos interesses do país e dos portugueses, o que foi completamente esquecido por Luís Montenegro que, ao invés de optar por um Executivo apoiado por uma ampla maioria absoluta de direita, preferiu o pântano do apoio dos socialistas. Os resultados estão à vista e a AD não consegue implementar o seu programa político.

Recentemente foram publicadas notícias que comprovam que a transformação de Portugal continua a ser adiada pelo atual Governo que vai disfarçando a sua ineficácia com decisões pontuais e paliativas que, não resolvem o fundo das questões, antes as adiando, de que é exemplo o mal-estar que, muito justamente, continua a grassar nas Forças de Segurança.

Uma dessas notícias diz respeito à informação publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de que existiam em Portugal, no ano de 2023, cerca de 1,8 milhões de pobres que viviam com menos de 632 euros por mês, com a agravante de cerca de 9,2% da população empregada também estar na condição de pobreza. Foi igualmente publicitado pelo INE que no corrente ano aumentaram as famílias sem capacidade financeira para ter uma refeição de carne ou peixe, pelo menos de dois em dois dias.

O atual Governo, com oito meses de duração, não é obviamente culpado pela autêntica calamidade pública que representa a pobreza no nosso país, mas já é responsável pela ausência de um plano de erradicação deste flagelo social, sendo completamente inaceitável existirem em Portugal pessoas que apesar de trabalharem se mantêm pobres. Políticas de mobilidade social são completamente inexistentes em Portugal.

O Governo da AD com o objetivo de impulsionar o crescimento económico e estimular a capacidade de investimento das empresas e dessa forma melhorar os salários dos portugueses, anunciou a redução da taxa de IRC em dois pontos percentuais por ano, até 15% no final da legislatura. Mas o início da execução do plano é completamente pífio porque o PS, como habitualmente nestas matérias, funcionou como força de bloqueio, estando a impedir essa reforma estrutural.

Mas as más notícias não se limitam aos indicadores de pobreza de parte significativa da população portuguesa, mas também ao absoluto descontrolo em que se encontram as instituições, nomeadamente, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).

Foi recentemente tornado público, através de uma investigação jornalística do NOW, que mulheres grávidas, estrangeiras, viajam para Portugal para terem os seus filhos em segurança nos hospitais públicos do SNS, sem qualquer custo.

Trata-se de um esquema fraudulento e criminoso em que os seus mentores, segundo o noticiado, cobram a cada mulher cerca de 500 euros, alojando-as em condições desumanas, em caves e barracões perto dos hospitais públicos onde nascerão os seus filhos.

O insólito de tudo isto é que foi um canal de televisão, o NOW, a denunciar esta situação, através da jornalista de investigação, Ana Leal, tendo o assunto passado completamente à margem dos Governos anteriores e atual, pese embora as denúncias recorrentemente feitas pelo CHEGA sobre os escândalos do turismo (de pé descalço) da saúde, a expensas dos contribuintes portugueses.

A investigação feita pela jornalista, Ana Leal, expõe, não só, a negligência e incompetência existente nas Instituições Públicas para controlar este tipo de turismo da saúde, mas também, a conivência e até simpatia com que os Governos do PS permitiram estes abusos, parecendo que o do PSD, pela sua inação, está a querer seguir o mesmo caminho.

Nos seus oito meses de duração, o Governo da AD, já demonstrou ser incapaz de gerar adequadas políticas de crescimento económico do país, estabelecer robustas medidas de fortalecimento das Instituições com responsabilidade de controlo e segurança e de repor o normal funcionamento da generalidade dos Serviços Públicos.

O Governo está a tornar-se especialista em inconsequentes planos no PowerPoint, tendo escolhido o PS como o dileto apoiante para conseguir a aprovação do Orçamento de Estado para 2025. Veremos o que acontecerá nos anos seguintes, provavelmente teremos eleições legislativas antecipadas, no segundo semestre de 2026.

Foi Luís Montenegro que escolheu as suas companhias no caminho da governação de Portugal, não se podendo queixar das vozes, cada vez mais numerosas, que dizem que o PSD e o PS são farinha do mesmo saco.

– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA

Publicado na Revista NoticiasLx:

NoticiasLX de 7 de Dezembro de 2024 – Loures e Grande Lisboa Informação | Opinião | Área Metropolitana

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