Aeródromo de Cascais: ZERO Alerta para Impacto do Ruído e Defende Reavaliação do Futuro da Infraestrutura

A operação do Aeródromo de Cascais, em Tires, tem gerado crescente preocupação entre a população de São Domingos de Rana, que já enfrenta impactos significativos devido ao elevado número de movimentos de aeronaves. Com quase 60 mil habitantes, a freguesia é fortemente afetada pelo ruído causado por aviões, especialmente jatos, que operam entre as 7h00 e as 24h00. Medições recentes apontam para picos de ruído de até 93 dBA em descolagens e 87 dBA em aterragens, valores que, segundo a associação ambientalista ZERO, representam uma séria ameaça à saúde pública.

Aumento de Voos Executivos Agrava Problema

Dados divulgados pela Empresa Municipal Cascais Dinâmica revelam que, em 2023, ocorreram cerca de 47.000 movimentos de aeronaves no aeródromo. Embora tenha havido uma redução de 20% no número de voos de pequenas aeronaves devido à deslocalização de escolas de pilotagem, os voos de táxi aéreo aumentaram 17%, totalizando 3.442 movimentos. Muitos desses voos envolvem jatos privados, conhecidos por serem significativamente mais ruidosos, agravando o problema para as comunidades próximas.

Além disso, a transferência de aviação executiva do Aeroporto Humberto Delgado para o Aeródromo de Cascais, conforme anunciado pelo Governo, preocupa a ZERO. Esta decisão visa aumentar a capacidade do aeroporto principal de Lisboa, mas intensificará os impactos ambientais e sonoros em Tires. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), os efeitos cumulativos dessa mudança devem ser avaliados no âmbito da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), obrigatória para quaisquer obras de expansão no aeródromo.

Expansão do Aeródromo Requer Avaliação de Impacte Ambiental

A Câmara de Cascais aprovou procedimentos preliminares para a concessão do aeródromo, que prevê o início da operação do novo concessionário em janeiro de 2026. Entre as mudanças propostas, está o aumento da pista, que atualmente tem 1.400 metros. A ZERO sublinha que qualquer extensão para além de 1.500 metros requer, por lei, uma AIA específica. Caso o projeto avance, será necessário implementar medidas para mitigar os impactos, como isolamento acústico de habitações e proteção de outros recetores sensíveis.

Futuro do Aeródromo Deve Ser Reavaliado

A ZERO defende que o futuro do Aeródromo de Cascais deve ser repensado à luz da inauguração do Novo Aeroporto de Lisboa e do encerramento do Aeroporto Humberto Delgado. Considerando que a nova concessão terá um horizonte de 50 anos, é crucial que sejam previstas alternativas para usos diferenciados da infraestrutura no futuro.

Para a ZERO, a atual operação do aeródromo é insustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto da qualidade de vida das populações afetadas. A associação apela a uma abordagem criteriosa e transparente para garantir que o desenvolvimento da infraestrutura não comprometa o bem-estar das comunidades locais nem a sustentabilidade ambiental.

Fonte: Zero.ong

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