O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, afirmou em entrevista à Renascença que a candidatura de Alexandra Leitão à presidência da Câmara Municipal de Lisboa “não vai ser uma tarefa fácil, mas não é uma tarefa impossível”. Leão destacou que a ainda líder parlamentar do Partido Socialista (PS) terá de enfrentar desafios distintos dos que encontrou no parlamento, sublinhando que “ser líder parlamentar é diferente de ser candidata a uma câmara”.
Na entrevista ao programa Hora da Verdade, conduzida em parceria com o jornal Público, Ricardo Leão abordou temas polémicos como habitação, segurança e imigração. Em relação à gestão da habitação municipal em Loures, revelou que 20% dos inquilinos continuam a não pagar rendas camarárias de forma reiterada e que estão em curso notificações para despejo desses moradores. Segundo Leão, foram identificadas situações de subalugação irregular, justificando assim as medidas tomadas pela autarquia.
O autarca também enfatizou a preocupação com a segurança no concelho, reconhecendo o aumento da criminalidade violenta e juvenil grupal. Para enfrentar esta realidade, anunciou a aquisição de 12 novas viaturas para reforçar o policiamento de proximidade, investimento realizado com verbas municipais. “Um autarca não deve ignorar aquilo que vai ouvindo na rua. Há um sentimento muito grande de insegurança que pode ser resolvido pelo policiamento de proximidade”, afirmou.
Sobre a polêmica em torno das declarações do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, sobre imigração, Leão afirmou que “foi importante recentrar o tema”, desassociando-o da questão da segurança. O autarca revelou que Loures registou um aumento significativo da população imigrante nos últimos anos, passando de 20 mil para 32 mil residentes estrangeiros, o que gerou desafios em áreas como habitação e educação. “Temos 5 mil alunos estrangeiros, dos quais 3 mil não falam português. Estamos a estabelecer parcerias para que possam aprender a língua e se integrar melhor”, explicou.
Por fim, Ricardo Leão reforçou a sua fidelidade ao PS, mas defendeu que “não há temas de esquerda ou de direita, há problemas que precisam de solução”. Sobre o futuro, não descartou a possibilidade de regressar à liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), mantendo a porta aberta para novos desafios políticos.
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