O líder do PS, Pedro Nuno Santos, numa entrevista recente ao semanário Expresso, afirmou que o seu partido não fez tudo bem no que respeita à imigração, reconhecendo efeitos negativos na política de portas abertas e na manifestação de interesse. Um autêntico e surreal ato de contrição, porque foi essa a política que permitiu a entrada a granel de centenas de milhares de imigrantes em Portugal.
Convém lembrar que a responsabilidade desses efeitos negativos se deve aos governos socialistas de má memória de António Costa que Pedro Nuno Santos integrou como Secretário de Estado e Ministro, não constando que estivesse em desacordo com a orientação política relativa à imigração. Pedro Nuno Santos só se demitiu, ou foi obrigado a demitir-se, pelas suas trapalhadas e amadorismo na gestão da TAP.
Pedro Nuno Santos vem agora dizer o óbvio, que os imigrantes têm de respeitar a cultura e o modo de vida português. Bem-vindo à realidade sentida pelos portugueses comuns que sempre defenderam e quiseram isso mesmo. Mais vale tarde que nunca.
Mas este reposicionamento das ideias do PS não é unânime nas hostes socialistas, tendo de imediato saído à liça, nomeadamente, a antiga Ministra, Ana Catarina Mendes e a Deputada, Isabel Moreira, para defenderem as velhas e gastas ideias dos anteriores governos de António Costa. Estas militantes do PS dizem não saber o que são valores e cultura de Portugal e distanciaram-se da nova orientação programática que Pedro Nuno Santos pretende implementar no seu partido.
As divergências sobre a imigração existentes no PS, não são uma pontual diferença de opinião, mas sim uma profunda divisão interna. Por um lado, Pedro Nuno Santos e a sua entourage, por outro lado, os órfãos políticos de António Costa. Estas divergências revelam uma profunda desorientação no PS numa questão central para o futuro de Portugal. Entendam-se, é o mínimo que o país espera de um partido que tem feito parte do arco da governação.
Os portugueses têm de saber se o PS reconhece a necessidade de regular a imigração, como agora oportunisticamente parece defender Pedro Nuno Santos, ou se pelo contrário, prefere manter a política de portas abertas que, muitos outros dirigentes socialistas defendem, ignorando potenciais impactos negativos, nomeadamente, no Serviço Nacional de Saúde, na Escola Pública, na Segurança e na Habitação.
Pedro Nuno Santos está a revelar-se um líder partidário fraco, não conseguindo fixar doutrina programática na ação política do PS, o que não é novidade para os socialistas e portugueses em geral, porque muitos o predisseram e agora esse prognóstico está a confirmar-se.
Portugal, como parte do mundo ocidental, tem valores culturais moldados ao longo dos seus quase 900 anos de História, que não podem chocar com a entrada massiva de imigrantes oriundos de contextos culturais muito diferentes, dificultando a integração e gerando conflitos sociais desnecessários.
A França e a Bélgica, são exemplos de países, onde políticas de imigração descontroladas levaram à proliferação de guetos sociais impenetráveis pela polícia, aumento de criminalidade e radicalização de diferentes comunidades. Estas realidades devem servir de exemplo a Portugal, para evitar que se prossiga no erro político de se manterem as nossas fronteiras escancaradas e sem controlo efetivo.
A imigração descontrolada representa um significativo desafio para Portugal porque a maioria das pessoas que permanecem ilegalmente no país enfrentam condições de vida sub-humanas, sem acesso a trabalho regular, a habitação e a cuidados de saúde, o que representa uma ameaça para a saúde pública e para a segurança da população em geral.
Imigrantes, legais ou ilegais, vivem em condições precárias, enfrentando problemas de saúde que rapidamente se podem espalhar para a população em geral. Habitações sobrelotadas e insalubres são um terreno fértil para a propagação de doenças. Esta realidade é frequentemente negligenciada pelas autoridades portuguesas que preferem adotar uma abordagem permissiva, ao invés de regularem a imigração.
As recentes divisões dentro do PS, a sua fraca liderança e a incapacidade de apresentar uma visão para o país sobre matérias importantes para o futuro de Portugal, afastam os socialistas de uma solução que regulamente a imigração, mas isso os portugueses já o sabem.
Por outro lado, o atual Governo adotou uma estratégia de captar o pensamento político do CHEGA, mas as tentativas de o aplicar são pífias e feitas de forma muito soft e inconsequente, pelo que o país continua a aguardar por uma política que regule a imigração, o que provavelmente não teremos enquanto o PSD estiver no poder em Portugal.
O tema da imigração exige um debate sério e informado, mas também coragem política para tomar decisões difíceis. O Governo do PSD não quer ou não é capaz de o fazer, pelo que será o CHEGA a fazê-lo, num futuro que se espera breve. Até lá estaremos a perder tempo e a agravar um problema social que tanto preocupa os portugueses.
A preservação da identidade cultural portuguesa e a regulamentação da imigração não é uma questão de xenofobia, mas sim de garantir que Portugal permanece um país coeso e seguro, fiel às suas tradições e costumes.
– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA
Publicado na Revista NoticiasLx: