A deputada municipal do Chega em Loures, Manuela Dias, está a ser acusada pelo Ministério Público do crime de participação económica em negócio, por alegadamente ter beneficiado um ginásio pertencente ao seu genro enquanto exercia a presidência da União de Freguesias de Moscavide e Portela. Na altura, a autarca foi eleita por uma coligação liderada pelo PSD.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal Observador, a investigação aponta para pagamentos realizados durante o seu mandato na junta, que totalizam 30.135 euros, entregues à empresa Treina Encantos, proprietária do ginásio em causa. O montante foi pago pela realização de quatro programas desportivos, que, segundo a acusação, foram decididos unicamente para favorecer a empresa do familiar.
“Através das decisões e atos de gestão, a arguida teve como único intuito o seu próprio benefício económico e do seu genro, sabendo que a atuação causava prejuízos à junta”, refere a acusação do Ministério Público, citada pelo Observador.
Perante as acusações, Bruno Nunes, vereador do Chega em Loures e também deputado no Parlamento, exigiu a renúncia do mandato de Manuela Dias. O pedido foi aceite pela autarca, que oficializou a sua saída esta segunda-feira, comprometendo-se a comunicar a decisão à Assembleia Municipal de Loures ainda no mesmo dia.
O caso levanta novas questões sobre a gestão de fundos públicos e os padrões éticos na administração autárquica, num momento em que a transparência e a integridade dos eleitos locais são temas centrais no debate público.
