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Odivelas – Discurso da Sessão solene do 25 de Abril – Deputada Cristina Figueiredo, CHEGA

AUTOR

António Guedes Tavares
António Guedes Tavares
Diretor do NotíciasLx - Notícias da Grande Lisboa
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Sessão Solene da Assembleia Municipal de Odivelas

25 DE ABRIL DE 2025, Auditório da Escola Secundária da Ramada

Intervenção da deputada municipal, Cristina Figueiredo, em representação da bancada do CHEGA em Odivelas.

Assinalamos hoje, mais um aniversário do 25 de Abril. Celebramos a liberdade conquistada em 1974, o fim de uma ditadura longa e opressiva, e o início de uma nova era assente na democracia, na dignidade humana e na participação cívica.

Há 51 anos, homens e mulheres — civis e militares — devolveram ao povo português o direito à palavra, ao voto, à esperança. Foi um momento de coragem coletiva, um grito de mudança que ainda hoje ecoa como símbolo de emancipação.

Mas a verdadeira homenagem ao 25 de Abril não se faz apenas com memória. Faz-se com responsabilidade. Porque a liberdade não se esgota na sua conquista — exige preservação, exige exigência, exige compromisso diário.

E é precisamente por isso, que neste dia de celebração da liberdade conquistada, não podemos fechar os olhos aos desafios que se levantam no presente e que ameaçam os seus alicerces.

Vivemos um tempo em que muitos cidadãos sentem que o sistema político se afastou da realidade das suas vidas. A política, que deveria ser o espaço do serviço público, do diálogo e da construção comum, é vista por muitos com desconfiança

— tantas vezes associada não só a interesses pessoais ou obscuros como também a promessas não cumpridas que ignoram o bem comum. Quando a ética se perde na governação, perde-se também a confiança. E quando o povo deixa de confiar, afasta-se. E quando o povo se afasta, a democracia enfraquece.

A tudo isto, soma-se a crescente influência dos meios de comunicação social. Se outrora a imprensa foi instrumento da resistência e da liberdade, hoje vemos muitas vezes, um jornalismo refém de interesses económicos e políticos. Em vez de informar, molda. Em vez de questionar, repete. Em vez de fomentar o pensamento crítico, impõe uma retórica confortável aos poderes instalados. E assim, o cidadão comum, já distante da política, vê-se ainda mais confundido e mais vulnerável à manipulação.

Mas talvez nenhum espelho da crise democrática seja tão claro como o estado da justiça. Porque quando a justiça falha, falha o próprio coração da democracia.   Uma justiça que não é igual para todos, que é lenta para uns e complacente para outros, que parece hesitar perante o poder, mas não vacila perante a fragilidade,  é uma justiça que não serve os portugueses, que sentem que há impunidade onde deveria haver responsabilização. Sentem que há castas intocáveis num país que se quer livre e igualitário, instalando-se assim um sentimento de revolta e descrença.

É por isso que hoje, ao evocarmos Abril, não o devemos fazer apenas como uma memória — mas como um compromisso renovado. Compromisso com a liberdade, sim, mas também com a justiça. Com a ética. Com a verdade. Com uma democracia mais participada, mais transparente, mais próxima de quem a vive.

Garantir que a liberdade não se torne apenas uma palavra bonita em discursos solenes, mas uma realidade concreta em cada vida, em cada decisão, em cada gesto coletivo.

Mas que liberdade é esta, se tantos portugueses continuam sem acesso a direitos fundamentais?

Apesar do Relatório Anual de Segurança Interna, apontar para uma estabilidade ou até uma redução da criminalidade em geral nos últimos anos, o que muitos cidadãos vivem e testemunham no seu dia a dia é bem diferente. A perceção de insegurança está a crescer. E essa perceção não é um detalhe: é um reflexo do que acontece nas ruas e onde o nosso concelho é um bom exemplo.

Quando os odivelenses começam a evitar sair à noite, a evitar a utilização de transportes públicos ou a temer pela segurança dos seus filhos nas escolas, a liberdade está posta em causa.

Se olharmos para a saúde, encontramos um sistema sob pressão e um SNS em colapso. As listas de espera para consultas, exames e cirurgias continuam a aumentar. Em Odivelas, cerca de 22% da população, não tem médico de família ficando entregue ao acaso, abandonada por um Abril que lhe virou as costas. A saúde, tornou-se assim para muitos uma angústia permanente.

A Emigração voltou a crescer. Estima-se que mais de 70 mil portugueses deixem o país todos os anos — muitos deles jovens qualificados que não encontram em Portugal as oportunidades que procuram. Perdemos talento, futuro, e perdemos também confiança.

Por outro lado, importamos uma imigração desqualificada de uma forma totalmente descontrolada e que coloca em causa a nossa coesão territorial.

Atualmente, em Odivelas, pelo menos 22% da população é estrangeira refletindo assim uma considerável substituição populacional e uma descaracterização do concelho.

Relativamente à falta de habitação condigna, esta não é apenas um problema social nem um mero desequilíbrio de mercado: estamos perante o falhanço de um Estado que, 51 anos após Abril, ainda não foi capaz de garantir um dos direitos mais básicos consagrados na Constituição. A habitação, que deveria ser um lugar de segurança e dignidade, tornou-se um luxo inacessível para milhares de famílias.

Em Odivelas, a prioridade do Executivo, tem sido autorizar a construção desenfreada, orientada por uma lógica de receita fiscal insaciável. Os montantes arrecadados, longe de servirem o investimento público que o concelho tanto necessita, acabam por predominantemente alimentar a pesada máquina administrativa da Câmara Municipal.

Após 51 anos, Abril continua por cumprir.

Viva a LIBERDADE,

Viva a DEMOCRACIA,

Viva Odivelas

e Viva Portugal

Cristina Figueiredo CHEGA
Cristina Figueiredo – CHEGA

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Diretor do NotíciasLx - Notícias da Grande Lisboa

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