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O jornalismo regional vive dias de tempestade e tende a naufragar

Não se entende como é possível, aos organismos públicos, que têm como missão serem profissionais na área que lhes assiste, acrescentarem também a área da comunicação. Não se trata de fazerem comunicados de imprensa, não se trata de informarem a imprensa das suas atividades, trata-se sim de terem verdadeiras máquinas

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Desde que me conheço na área do jornalismo, e já lá vão quase 30 anos, que diariamente respiro este ar, que diariamente convivo com os players políticos e que assisto, na primeira bancada, em lugar de destaque, às manobras que se vão fazendo.

Com o avançar das tecnologias e claramente uma falta de legislação que trave, por exemplo, os municípios de fazerem jornalismo encapotado, o papel do jornalista regional vai-se degradando, perdendo importância e com um fim, não anunciado, mas para lá caminha. Não se entende como é possível, aos organismos públicos, que têm como missão serem profissionais na área que lhes assiste, acrescentarem também a área da comunicação. Não se trata de fazerem comunicados de imprensa, não se trata de informarem a imprensa das suas atividades, trata-se sim de terem verdadeiras máquinas jornalísticas/propagandísticas, bem oleadas, pagas pelo erário público, em perfeita concorrência com os jornais regionais e que têm apenas a missão de propagandear a mensagem que é definida pelo seu líder. Nos portais camarários, na seção de “notícias”, há de tudo e para todos os gostos. Textos, fotografias, vídeos e por vezes apresentações multimédia bem trabalhadas, bem como uma carga enorme de ideologia política/partidária, enaltecendo a qualidade dos seus eleitos.

Além desta forma de fazer jornalismo encapotado nos portais, ainda o fazem na página do Facebook, Instagram e outras redes, bem como investem em edições em papel, para levar mais longe a sua comunicação. E há municípios que ainda são proprietários de televisões regionais, com investimentos de milhões ao longo dos anos. E os jornalistas, com uma missão nobre, 7 dias por semana, faça chuva ou faça sol, assistem a isto, impávidos e serenos, sem manifestações de maior e aguardando o final do trajeto da guilhotina, que já está em andamento.

É preciso inverter rapidamente esta situação. Isto só se faz com a pressão positiva ao governo. Já não é mais um problema regional e que tem solução a este nível. A mudança tem de vir de cima, do legislador. O jornalista tem de exercer o seu direito à indignação, tem de usar a sua força como pressão para forçar o legislador a pensar e a tomar as melhores decisões em prol de uma classe de homens e mulheres que vai desaparecendo rapidamente e com eles desaparecerão centenas de órgãos de comunicação regional que foram e sempre serão a primeira defesa dos valores democráticos.

– José Vieira – Presidente da Assembleia Geral da APMEDIO

Breve linha curricular

“Desde muito novo ingressou no mundo da comunicação social, em órgãos regionais e nacionais, tendo sido fundador e diretor de 7 títulos, sendo atualmente diretor do jornal regional Aveiro TV e da rádio regional N16. Assume também o cargo de Presidente da Assembleia Geral da APMEDIO”.

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