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Comentadores ou militantes políticos disfarçados

A avaliação feita a André Ventura pelo seu desempenho nos debates televisivos é muito previsível: se fala em imigração é racista; se aborda o tema da corrupção é demagogo; se critica a elite partidária é populista. Todos os tópicos da mensagem política de André Ventura desagradam à generalidade dos comentadores e analistas, não porque falhe na comunicação das suas ideias, mas porque o critério de avaliação não é objetivo, mas sim de marcada militância ideológica.

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Comentadores ou militantes políticos disfarçados

No âmbito da pré-campanha das eleições legislativas do próximo dia 18 de maio, já se verificaram os habituais debates televisivos entre os líderes dos partidos com assento parlamentar. Esses debates têm um significativo share televisivo, embora muitos telespectadores já tenham uma opinião pré-definida e não alterem as suas escolhas eleitorais face ao desempenho, bom ou mau, dos respetivos candidatos.

Imediatamente após esses debates, ocorreram outras batalhas mediáticas, não menos importantes, nos chamados painéis de comentadores, em que invariavelmente a avaliação de André Ventura foi negativa, com raras exceções protagonizadas por algum dos poucos comentadores mais independentes, ou então por razões de mera tática política.

A avaliação feita a André Ventura pelo seu desempenho nos debates televisivos é muito previsível: se fala em imigração é racista; se aborda o tema da corrupção é demagogo; se critica a elite partidária é populista. Todos os tópicos da mensagem política de André Ventura desagradam à generalidade dos comentadores e analistas, não porque falhe na comunicação das suas ideias, mas porque o critério de avaliação não é objetivo, mas sim de marcada militância ideológica.

Também nas entrevistas, a solo, feitas a André Ventura, há uma tentativa de prejudicar o seu desempenho, em que alguns jornalistas, com indisfarçável acrimónia, emitem juízos de valor negativos sobre as respostas dadas. Surreal e bem demonstrativo que a comunicação social não está a atuar com isenção informativa.

Muitos dos comentadores políticos que vemos nas televisões portuguesas são jornalistas no ativo, alguns com funções de direção, havendo uma clara confusão de papeis, pondo em causa o dever de informar com isenção. É por demais evidente que os jornalistas estão a fazer incursões no jogo da opinião, muitas vezes com clara inclinação política a favor dos partidos políticos que têm governado Portugal, ou seja, do PS e do PSD.

O papel do jornalista deve ser o de informar, contextualizar e esclarecer. Quando um jornalista passa a emitir juízos de valor, a tomar partido e a desvalorizar sistematicamente determinadas figuras políticas, deixa de ser um profissional imparcial e torna-se num agente político. Isso compromete a confiança do público, mina a credibilidade da comunicação social e enfraquece a democracia.

A maioria dos canais televisivos portugueses são financeiramente dependentes do Estado, que lhes concede subsídios a fundo perdido e paga publicidade institucional, sendo legítimo concluir que essa ligação ao dinheiro público lhes retira a independência da linha editorial e a imparcialidade.

Muitos dos comentadores políticos que agem deliberadamente no sentido de denegrir a imagem de André Ventura, integram os quadros desses canais televisivos ou dos respetivos grupos empresariais, com contrato de trabalho ou de prestação de serviços, o que pode constituir um conflito de interesses, porque estão deliberadamente a atuar a favor de determinados partidos políticos em prejuízo do CHEGA. Até parece um trabalho encomendado.

Os códigos deontológicos do jornalismo português são claros quanto à imparcialidade, à separação entre factos e opiniões e à obrigação de não promover interesses particulares. No entanto basta ver uma noite de comentários, nomeadamente, na SIC Notícias e na CNN para perceber que muitos jornalistas, disfarçados de analistas políticos, atacam André Ventura, ao arrepio da ética profissional.

Muitos dos comentadores e analistas políticos que pululam nas televisões portuguesas não disfarçam a sua simpatia pelo PS e PSD, fazendo questão de usar a expressão “extrema-direita” sempre que se referem ao CHEGA, ignorando que tal rótulo é ideologicamente enviesado e só serve para confundir o eleitorado e deslegitimar um partido legalmente constituído, com representação parlamentar e apoio popular consolidado.

Os comentadores e analistas das televisões portuguesas têm opinião sobre tudo, são autênticos tudólogos, para além da douta e esclarecida opinião que têm sobre o CHEGA, também arengam nomeadamente, sobre: o orçamento; as eleições; a justiça; a saúde; a educação; a segurança; a geopolítica; a TAP; o clima; e mais que seja. São autênticos enciclopedistas modernos, capazes de emitir opinião instantânea, sem hesitação, sobre qualquer tema, normalmente com uma pose artificial de superioridade moral e intelectual.

A maioria dos comentadores nunca foram eleitos para nada, nem representaram ninguém, mas arrogam-se no direito de moldar a opinião pública com base na sua visão ideológica, em sintonia com os partidos políticos que dominam o regime. São os “opinion makers” de serviço, não porque tenham a confiança popular, mas porque têm tempo de antena e são protegidos por um sistema mediático fechado e dependente dos favores do Estado.

O tratamento dado a André Ventura é revelador de um país em que o pluralismo político está ameaçado. Um país em que a comunicação social deixou de ser o quarto poder para se tornar o braço mediático do sistema partidário dominante. Um país em que o pensamento único é disfarçado de comentário esclarecido e independente.

O futuro da política portuguesa não se decide nos estúdios de televisão, mas sim nas eleições livres e democráticas. É aí que os portugueses comuns e que trabalham arduamente decidem o seu futuro, sem interferências dos senhores do comentário político.

– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdicional do CHEGA

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