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Entrevista Virtual com Ricardo Leão, presidente da CM Loures

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António Guedes Tavares
António Guedes Tavares
Diretor do NotíciasLx - Notícias da Grande Lisboa
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Entrevista Virtual com Ricardo Leão

Ricardo Leão: “O PS tem de se voltar a ligar ao país real”

Por Redação | Política | 29/05/2025

À margem das discussões sobre o futuro do Partido Socialista após a derrota nas legislativas e no rescaldo da vitória da AD, o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, defende uma reflexão profunda dentro do partido. Em entrevista ao NotíciasLX, o autarca sublinha o papel dos autarcas na reconstrução da ligação com os eleitores e critica a falta de resposta da anterior liderança aos sinais de desgaste. De forma clara, pede uma liderança que reflita o país real.


“Ignorar os sinais do terreno teve custos altos”

NotíciasLX: Presidente, após a derrota do PS nas legislativas, muitos falam em “desligamento” com o eleitorado. Concorda com essa leitura?

Ricardo Leão: Concordo. Ao longo do tempo, foi ficando claro que havia um mal-estar crescente, que não estava a ser devidamente ouvido. E quando se ignora o que chega do terreno — das freguesias, dos municípios, das pessoas reais — o afastamento é inevitável. A resposta do partido foi lenta e, em muitos momentos, ausente. Os sinais estavam lá.


“A falta de proximidade custou votos”

NotíciasLX: Considera que a estrutura nacional do PS esteve demasiado afastada do contacto direto com as populações?

Ricardo Leão: Sim, e isso refletiu-se nos resultados. A política não se faz apenas em gabinetes, faz-se com presença, com escuta, com envolvimento. Os autarcas têm esse contacto diário, sabem o que preocupa as pessoas. Se o partido tivesse dado mais espaço a essa proximidade, talvez o desfecho tivesse sido outro. Precisamos de um PS mais enraizado no território.

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“A nova liderança deve incluir autarcas no núcleo duro”

NotíciasLX: Considera que os autarcas deviam ter tido um papel mais ativo na orientação nacional do partido?

Ricardo Leão: Sem dúvida. Nós, autarcas, estamos na linha da frente. Somos os primeiros a sentir as dificuldades das pessoas, a ouvir as suas críticas e os seus anseios. E isso dá-nos uma visão muito concreta do que o país precisa. A nova liderança do PS deve incluir autarcas no seu núcleo duro. É essencial para reconstruir a confiança com os eleitores.


“Não é uma questão de mudar os rostos, é mudar a atitude”

NotíciasLX: Acredita que o PS está preparado para essa renovação?

Ricardo Leão: Tem de estar. É imperativo que o partido se reorganize com base numa visão mais descentralizada e pragmática. Não é apenas uma questão de mudar rostos, mas de mudar a forma de fazer política. Precisamos de mais escuta e menos arrogância. O país real não vive em Lisboa nem em gabinetes ministeriais.


“Loures é um exemplo de governação próxima e eficaz”

NotíciasLX: E qual deve ser o papel de Loures e de outros grandes concelhos nesta nova fase do PS?

Ricardo Leão: Loures é um exemplo de que é possível governar com responsabilidade, proximidade e resultados. Acredito que concelhos como o nosso devem ser olhados como referência. Não somos apenas territórios eleitorais, somos motores sociais e económicos. O partido deve aproveitar este capital político e esta experiência.


“Precisamos de um líder que compreenda a pluralidade do país”

NotíciasLX: Já se falou em várias figuras para a liderança nacional. Que perfil defende para o futuro líder do PS?

Ricardo Leão: Mais do que nomes, é o perfil que importa. Precisamos de alguém com capacidade de escutar, de unir as várias sensibilidades internas e de ter uma visão de país assente na justiça social, na coesão territorial e no respeito pelas estruturas de base, como as autarquias. O futuro do PS passa por estar mais próximo das pessoas e menos preso à lógica de aparelho.

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“Fazer oposição não é só criticar, é propor alternativas”

NotíciasLX: Como vê o papel da oposição que o PS deve agora desempenhar?

Ricardo Leão: Tem de ser uma oposição construtiva, mas firme. Não podemos ser um partido do “contra” apenas por ser oposição. Temos de apresentar propostas alternativas, ouvir as populações, envolver os territórios. A oposição é também uma oportunidade para refletir, renovar e preparar um futuro melhor para todos.


“A classe política tem de se reconciliar com os cidadãos”

NotíciasLX: Acha que este afastamento entre partidos e população é exclusivo do PS?

Ricardo Leão: Não, é um fenómeno mais alargado. Há um desgaste generalizado da relação entre os cidadãos e a política. A abstenção é um sinal claro disso. Mas, sendo o PS um partido de poder, com responsabilidades históricas, temos de ser os primeiros a dar o exemplo. A reconciliação com os cidadãos passa por ouvir mais e agir melhor.


“Os jovens precisam de voltar a acreditar na política”

NotíciasLX: E como podemos reconquistar os mais jovens, que parecem cada vez mais afastados?

Ricardo Leão: Mostrando-lhes que vale a pena participar. Os jovens não estão desinteressados da sociedade — pelo contrário, têm causas, têm energia. Mas não se revêm na forma tradicional de fazer política. Temos de abrir espaço à inovação, ao debate livre e à participação real. Um partido moderno tem de ser feito com os jovens, não apenas para os jovens.

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