Gouveia e Melo em 31 de maio no Porto
Porto, 31 de maio de 2025 – Henrique Gouveia e Melo, candidato à Presidência da República, lançou duras críticas à forma como tem sido recebida a sua entrada na corrida presidencial, considerando que enfrenta uma “reação corporativa e profundamente antidemocrática” por parte de setores que, segundo afirma, tratam a política como “um clube fechado”.
A declaração foi feita durante um jantar com apoiantes no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, onde Gouveia e Melo aproveitou para reforçar a sua visão de uma democracia mais participada e aberta a todos os cidadãos.
“Aproveito a oportunidade para chamar a vossa atenção sobre uma reação corporativa e profundamente antidemocrática que tenho vindo a assistir nos últimos dias”, afirmou o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, apontando o dedo a uma “determinada franja da sociedade instalada”.
Segundo o candidato, há uma incoerência entre o discurso de defesa da democracia por parte de certos setores e a forma como atacam quem se atreve a entrar na arena política sem fazer parte do circuito tradicional.
“Se por um lado são arautos da democracia e apelam à participação cívica, por outro atacam ferozmente qualquer cidadão que tente imiscuir-se na definição política que eles próprios acham que criaram”, disse, sublinhando que “a política não é um clube fechado onde só se entra por convite, muito menos poderá ser refém de qualquer casta”.
A intervenção foi recebida com entusiasmo pelos apoiantes presentes, que aplaudiram demoradamente as palavras do candidato.
Rui Rio é o mandatário nacional
Durante o mesmo evento foi também anunciada uma figura de peso para a estrutura da campanha: o antigo presidente da Câmara do Porto e ex-líder do PSD, Rui Rio, será o mandatário nacional da candidatura de Gouveia e Melo.
O anúncio foi feito pelo próprio candidato e precedeu a entrada de Rui Rio na sala, sob aplausos dos presentes.
No seu discurso, Rio reconheceu que não tinha intenção de regressar à política ativa, mas explicou que o atual contexto nacional e internacional o levou a reconsiderar. Apontou a “instável conjuntura externa”, a “complexa situação económica e social” e a “degradação acentuada da qualidade da democracia” como fatores decisivos para o seu apoio.
“Sinto que não poderia ficar indiferente”, afirmou o ex-líder social-democrata, sinalizando assim um alinhamento claro com o projeto de Gouveia e Melo.
Com este gesto, Rui Rio dá um novo impulso à candidatura do almirante, que pretende posicionar-se como uma alternativa à política tradicional, assumindo um discurso centrado na cidadania ativa e na renovação das instituições democráticas.
A corrida presidencial ganha assim novos contornos, com Gouveia e Melo a marcar terreno com um discurso frontal e uma equipa de apoio que começa a agregar figuras relevantes da política portuguesa.
Gouveia e Melo em 31 de maio no Porto
