O declínio das esquerdas
A esquerda que durante décadas dominou o espaço político europeu, enfrenta hoje um evidente declínio. A sua narrativa esgotou-se, perdeu a ligação ao povo e as suas políticas têm-se revelado ineficazes para resolver os anseios reais das pessoas comuns, nomeadamente, a falta de habitação, o colapso nos serviços públicos, a insegurança e a impunidade. Esta é uma tendência que percorre toda a Europa, incluindo Portugal.
Em sentido contrário, há um grande crescimento da direita radical, no conceito académico do termo, com novos e disruptivos partidos políticos com uma matriz ideológica: soberanista; conservadora e identitária. As pessoas comuns por toda a Europa já perceberam que a direita radical não rejeita o regime democrático, ao contrário do que é erradamente propalado pelas esquerdas militantes. Há uma grande diferença entre a direita radical e a extrema-direita que são ideologias políticas bem diferentes e antagónicas.
A matriz ideológica da direita radical valoriza a identidade nacional e civilizacional, de cada povo e nação, com defesa da língua, da história, da religião, dos costumes, da cultura e do território, rejeitando o multiculturalismo e a imigração massiva e descontrolada.
O declínio das esquerdas
O bem-estar das populações europeias, deverá basear-se na reindustrialização, de modo a assegurar a soberania e autossuficiência económica de cada país, com redução de impostos para as famílias e empresas, sem subsidiodependências, assente em políticas públicas orientadas para o interesse nacional, nomeadamente, com investimentos no: Ensino, Saúde, Economia, Habitação, Família, Natalidade e Defesa. Tudo áreas descuradas pela esquerda.
O declínio da esquerda europeia não tem sido assumido com humildade e autocrítica, pelo contrário, temos assistido ao recurso a mecanismos antidemocráticos para preservar o poder. A esquerda ainda está a conseguir usar a sua pretensa superioridade moral, intelectual e até legal para silenciar quem esteja a ter sucesso na caminhada rumo ao poder nos diferentes países.
Geert Wilders, nos Países Baixos, é um exemplo do uso de mecanismos antidemocráticos para travar a direita, porque apesar de ter vencido democraticamente as eleições legislativas em 2023, foi impedido de integrar o governo como primeiro-ministro, porque as elites políticas e mediáticas não concordam com as suas opiniões sobre imigração e identidade cultural. Outro exemplo, respeita a Marine Le Pen, que tem pendente um processo judicial, ainda não transitado em julgado, mas que a impede, por enquanto, de se candidatar à Presidência da República Francesa, tendo sido silenciada porque é apontada como uma possível vencedora dessa contenda eleitoral.
O declínio das esquerdas
Durante décadas a esquerda europeia construiu uma imagem de si própria como a única detentora da moral e da razão. Quem discordasse das suas ideias era imediatamente apelidado de populista, xenófobo, fascista e racista. Estes qualificativos estavam estrategicamente bem enquadrados e tinham o objetivo de excluir do debate público todos aqueles que liderassem uma alternativa que não encaixasse no seu modelo ideológico.
Em Portugal essa postura acentuou-se, nos períodos em que foram sucessivamente Presidentes da Assembleia da República, os socialistas, Eduardo Ferro Rodrigues e Augusto Santos Silva, hoje afastados da política ativa. Nessa época o espaço para o contraditório foi reduzido e a doutrinação ideológica teve importante suporte institucional e político, a partir da Casa da Democracia. A esquerda fechou-se ainda mais sobre si própria, falando essencialmente para as elites urbanas, ignorando por completo as realidades do país profundo e das pessoas comuns.
O legado das esquerdas na Europa é visível: insegurança crescente; preocupantes dependências do Estado; destruição da meritocracia; escolas dominadas por doutrina; serviços públicos que não funcionam; substituição populacional e cultural; imigração ilegal descontrolada. Em Portugal há tudo isto, acrescentando-se, entre outras situações, o seguinte: a juventude emigra em massa; há crise na habitação; os salários são baixos; os impostos elevados para quem trabalha ou empreende; as Forças Armadas não estão preparadas para garantir a soberania política do Estado.
Mas nem tudo são más notícias. Este estado de coisas desencadeou uma reação democrática, pacifica e ordeira, mas determinada. Os povos europeus estão a despertar, não se deixando manipular por slogans vazios ou promessas eleitorais eternamente adiadas e por cumprir. Os povos europeus querem segurança, justiça, ordem, família, trabalho e soberania.
O crescimento do CHEGA em Portugal, assim como de partidos congéneres em países como a Itália, França, Hungria, Países Baixos ou Suécia, prova que há por toda a Europa, uma vontade popular de mudança e um sentimento de reconquista da dignidade política, cultural e económica que se foi perdendo nas últimas décadas.
O declínio da esquerda europeia é o resultado da sua desconexão com a realidade política e da sua arrogância moral e intelectual. A esquerda está com dificuldade em se reinventar, procurando readaptar-se aos tempos atuais, assumindo na sua agenda política alguns dos temas da direita radical.
A Europa está a mudar, e quem antes foi tratado como “indesejável” está agora a erguer a sua voz. A democracia está a funcionar e a afastar do poder uma velha aristocracia política sem soluções para melhorar a vida dos cidadãos.
– Fernando Pedroso, Líder da bancada do CHEGA na AMO e Adjunto do Conselho Jurisdição do CHEGA
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