PSD vira muleta política
As eleições autárquicas do passado dia 12 de outubro, no Concelho de Odivelas, trouxeram mudanças relevantes no xadrez político local. O PS, embora tenha vencido as eleições, perdeu a maioria absoluta que detinha, o que representa um claro sinal de mudança por parte da população. O CHEGA, por sua vez, obteve um resultado expressivo, ficando em segundo lugar e assumindo, com plena legitimidade democrática, o papel de líder de oposição.
A perda da maioria absoluta pelo PS é, acima de tudo, um recado do povo. Quando os eleitores decidem retirar a maioria absoluta a um partido que a detinha ininterruptamente desde 2013, ou seja, há três mandatos autárquicos consecutivos, estão a manifestar a vontade de que o poder seja exercido com mais equilíbrio, mais transparência e menos arrogância.
O que a população do Concelho de Odivelas quis nas últimas eleições autárquicas foi afastar o “rolo compressor” de uma força política absoluta, no sentido das decisões da governação local, serem assumidas num sistema mais pluralista e exigente, com uma governação mais aberta à participação e ao contributo das várias forças políticas representadas no Executivo Municipal.
PSD vira muleta política
O CHEGA, ao assumir o papel de líder da oposição, terá agora a responsabilidade de fiscalizar, propor e marcar presença na política autárquica com uma atitude construtiva, mas firme. O CHEGA estará inteiramente disponível para todos os odivelenses, através do Gabinete de Apoio aos seus três vereadores eleitos, com portas sempre abertas à participação, ao diálogo e à defesa dos interesses do Concelho. Assumir a liderança da oposição é uma responsabilidade nobre e tão digna como governar. É estar atento, ser voz ativa e garantir que a população tem quem a represente com coragem e verdade.
No sistema democrático, a oposição desempenha um papel central na fiscalização do poder, na apresentação de alternativas e na promoção de debates construtivos. O CHEGA assume esse papel com sentido de responsabilidade, colocando sempre os interesses dos odivelenses em primeiro lugar.
Durante a campanha eleitoral, o PSD distribuiu profusamente cartões vermelhos como símbolo de protesto contra a governação socialista, com mensagens políticas de que o PS representava “mais do mesmo” e era chegado o tempo de mudança. Contudo, mal fecharam as urnas, formalizou um acordo precisamente com o partido que criticou com tanta veemência. O PSD demonstra, no mínimo, uma contradição política evidente entre o discurso de campanha e os atos pós-eleitorais, o que será avaliado pelo eleitorado no momento próprio.
PSD vira muleta política
Com este acordo, o PS assegura a maioria absoluta que o povo lhe retirou nas urnas. Ou seja, aquilo que os eleitores recusaram, os bastidores da política restauraram. O PSD, que se apresentava como alternativa de poder, converte-se agora num parceiro subalterno da governação municipal. Irónico para um partido que nos últimos 12 anos combateu a governação socialista. Afinal, parece que a oposição era mais retórica do que convicta. Boa sorte neste novo caminho do PSD.

Outro dado político relevante prende-se com a postura do PS local face ao governo central. Durante o mandato anterior o Executivo Municipal do PS, contrariamente ao que fazia quando os governos eram socialistas, ensaiou críticas ao Governo do PSD, nomeadamente, no início do presente ano letivo, quando a falta de professores foi usada como bandeira de confronto. Agora que o PS local depende do apoio do PSD para garantir a governação, tudo indica que voltará ao registo de não incomodar o governo central para não beliscar os seus parceiros de coligação pós-eleitoral.
PSD vira muleta política
Aguardemos, então, as cenas dos próximos capítulos. Um dos temas que promete testar a coerência e a combatividade do Executivo Municipal será o da mobilidade, em especial a construção da Linha Violeta e a prometida solução de não haver transbordo no Campo Grande para quem se desloque de metro para o centro de Lisboa. Estes dossiês exigem firmeza, pressão sobre o Governo central e compromisso com os cidadãos do Concelho de Odivelas. Espera-se que equilíbrios frágeis e silêncios convenientes não ponham em causa os interesses dos munícipes.
A população de Odivelas tem direito a soluções eficazes e não a promessas que fiquem por cumprir. Este mandato será, sem dúvida, um teste decisivo à credibilidade do atual Executivo.
Resta agora desejar boa sorte ao PSD que dentro das limitações que escolheu para si próprio, encontre um espaço de autonomia e não se perca num abraço de urso político, que raramente permite espaço para afirmação.
PSD vira muleta política
Também ao PS, renovam-se os votos de bom trabalho. Que saiba honrar a confiança que ainda conserva numa parte do eleitorado e que não interprete esta nova maioria artificial como uma legitimação para governar com os mesmos vícios anteriores. O recado foi dado pelo eleitorado: Odivelas quer mudança, diálogo e equilíbrio.
O CHEGA reafirma o seu compromisso com a defesa intransigente dos interesses dos odivelenses. Trabalhará com dedicação para que esta nova fase da política em Odivelas seja marcada pela exigência, pela transparência e, sobretudo, por decisões que façam realmente a diferença na vida das pessoas. Odivelas merece mais e nós cá estaremos para garantir que isso acontece.
– Fernando Pedroso, Vereador do CHEGA na CMO e Adjunto do Conselho Jurisdição do CHEGA
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